Analogia ao universo - Pensamentos mesmo em noite de Natal

O que esse luar tem a nos oferecer? Além do aqui, do hoje,

O que é possível dele guardar, além de nossa memória?

E esse brilho? existe mesmo ou é apenas poeira, reflexo?

O que eu posso oferecer em troca? Eu que sou a escória.

Esse universo vasto e incógnito, porque nos trouxe aqui?

Porque agora? O que posso fazer? Como posso ir embora?

Estrelas caem e se dissolvem. Marte e Saturno em órbita.

Todas as constelações estão estranhas. Maravilhosamente.

Como não contemplar divisos mundos se encontrando assim?

Tão distante de mim. E ainda presente, na derme, na mente.

O que eu quero? Pouco. Não, o sol não escolhe girar. Ele apenas é.

Mesmo que as estrelas caiam e a lua não reflita, brilhará em mim.

Porque não se troca a ordem universal, ele é quem nos rege.

Então mesmo que no fim, tudo o que foi, ainda assim o será.

E o fim, não existe. Nós o inventamos para suportar o que virá.

De qualquer maneira, ainda que distante, essa lua, esse brilho

Tudo em ti vive, pra lembrar que a imensidão nua me protege.

24/12/2015 p.m - D.E

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 25/12/2015
Reeditado em 05/01/2016
Código do texto: T5490382
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