Confissões de um aspirante a poeta ( Parte 1)
Hoje eu acordei pela metade
me sentido um pedaço do que
um dia foi o meu inteiro
talvez por descobrir que meu verso não é escolado
aquele verso letrado,
sempre encorajado
digno dos grandes mestres
Talvez seja a falta de técnica
ou talvez a minha própria inércia
que me deixa sempre a um passso atrás
Ou seja apenas por causa do meu engano
de não ter feito platônico
o amor do verão passado
Mas e daí ?
talvez eu não seja tão trágico quanto Shaskeaspeare
muito menos irônico como Drummond
pois não quero falar de amores perdidos
algo tão banal quanto o próprio amor
quero que meu verso tem corpo e vida
sem máscaras emotivas
apenas dor
Agora talvez ache minha outra metade
ela pode estar em partes
e até em margens
do que já foi um dia
Mas te confesso amigo
que lê esse poema e
talvez não entenda
a metade do meu rancor
O que busco não é o reconhecimento
é apenas o um relento
e um papel cinzento onde expresse a minha dor
um cantinho da casa
talvez de tábua lustrada
que reflita o brilho do meu amor
Não pelos grandes mestres
mas pelo próximo
que compartilha comigo essa mesma dor
a de ser poeta
em uma terra
deserta e fétida,
onde somente a materialidade
possue algum valor .
Dedico esse poema aos poetas Goianos que lutam cada dia mais, para fazer sobreviver essa arte marginalizada pela sociedade Goiana.........
A vocês que sabem o quanto é difícil expelir essa arte.......