Confissões de um aspirante a poeta ( Parte 1)

Hoje eu acordei pela metade

me sentido um pedaço do que

um dia foi o meu inteiro

talvez por descobrir que meu verso não é escolado

aquele verso letrado,

sempre encorajado

digno dos grandes mestres

Talvez seja a falta de técnica

ou talvez a minha própria inércia

que me deixa sempre a um passso atrás

Ou seja apenas por causa do meu engano

de não ter feito platônico

o amor do verão passado

Mas e daí ?

talvez eu não seja tão trágico quanto Shaskeaspeare

muito menos irônico como Drummond

pois não quero falar de amores perdidos

algo tão banal quanto o próprio amor

quero que meu verso tem corpo e vida

sem máscaras emotivas

apenas dor

Agora talvez ache minha outra metade

ela pode estar em partes

e até em margens

do que já foi um dia

Mas te confesso amigo

que lê esse poema e

talvez não entenda

a metade do meu rancor

O que busco não é o reconhecimento

é apenas o um relento

e um papel cinzento onde expresse a minha dor

um cantinho da casa

talvez de tábua lustrada

que reflita o brilho do meu amor

Não pelos grandes mestres

mas pelo próximo

que compartilha comigo essa mesma dor

a de ser poeta

em uma terra

deserta e fétida,

onde somente a materialidade

possue algum valor .

Dedico esse poema aos poetas Goianos que lutam cada dia mais, para fazer sobreviver essa arte marginalizada pela sociedade Goiana.........

A vocês que sabem o quanto é difícil expelir essa arte.......

Lucas Borges
Enviado por Lucas Borges em 11/07/2007
Código do texto: T560219
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