Perdido e Desencontrado

De tão covarde a porta já não move,

De tão silenciosa a janela não mexe,

Não há certeza que não me comove,

Nem há decência que num se avexe.

Os braços assombram na escuridão,

As pernas comungam a sua solidão,

Em qual riacho me vejo a me perder,

Em qual nicho me pego a me reaver.

Tantas palavras e paradoxos no luar,

Tantas forças mutatórias a me ceder,

O luar ancora em vida a vos magoar,

A cessão força a força sem pretender.

Me destitua deste rincão reluzente,

Me configure como um sol nascente,

Me perca sendo breu do firmamento,

Me tire as asas pra cair no teu alento.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 24/04/2016
Código do texto: T5615388
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