A Canção do Senhor do Mar

Sobre a borda do cais

Delirante algoz

Paira à sombra da morte

Sobre a casca da noz

Dos céus ao mar abissal

Oferecem-lhe a tenebrosa luz

Ao renegado um dia afugentado

Onde às águas sua alma reluz

Enfrenta-te as fúrias das ondas

Ainda o deus sol, que emana calor

Buscas também, vencer a jornada

Em que segues com tanto vigor

Fulminantes secas que o aguardaram

O amargaram tamanho horror

Onde as correntes do desespero

Que recordava a já passada dor

O açoite da antiga vida

Ecoava mesmo em mar aberto

Para mostrar-lhe que mesmo feliz

Seu destino era incerto

Mas buscava sua redenção

E a oeste seguia sem parar

Para mostrar-lhe ó deus,

Que os ainda escravos

Ainda tinham porque orar

Liderou várias jangadas

Ia a oeste sem nem hesitar

Era algoz de quem detinha escravos

Virou salvador e ensinou a amar

Certo dia estando em terra

Em sua nação de iguais

Todos como irmãos

Foi atingido pela flecha do rebelde

Que tentou desvirtuar todos ali, sãos

Derrubaram o rebelde, todos como um só

Mas já era tarde demais

E mesmo na beira da morte

O salvador soube que alcançara paz

Agora uma multidão de ex-escravos

Vaga pelo mundo,

Apenas com uma missão

Descontruir paradigmas, quebrar preconceitos

E se unirem como irmãos

E nunca estarão satisfeitos

Enquanto não quebrarem até a última corrente

Pois até lá seremos todos escravos

Se não libertarmos nossa própria mente.

Leonardo Nali
Enviado por Leonardo Nali em 04/07/2016
Reeditado em 16/10/2016
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