A Canção do Senhor do Mar
Sobre a borda do cais
Delirante algoz
Paira à sombra da morte
Sobre a casca da noz
Dos céus ao mar abissal
Oferecem-lhe a tenebrosa luz
Ao renegado um dia afugentado
Onde às águas sua alma reluz
Enfrenta-te as fúrias das ondas
Ainda o deus sol, que emana calor
Buscas também, vencer a jornada
Em que segues com tanto vigor
Fulminantes secas que o aguardaram
O amargaram tamanho horror
Onde as correntes do desespero
Que recordava a já passada dor
O açoite da antiga vida
Ecoava mesmo em mar aberto
Para mostrar-lhe que mesmo feliz
Seu destino era incerto
Mas buscava sua redenção
E a oeste seguia sem parar
Para mostrar-lhe ó deus,
Que os ainda escravos
Ainda tinham porque orar
Liderou várias jangadas
Ia a oeste sem nem hesitar
Era algoz de quem detinha escravos
Virou salvador e ensinou a amar
Certo dia estando em terra
Em sua nação de iguais
Todos como irmãos
Foi atingido pela flecha do rebelde
Que tentou desvirtuar todos ali, sãos
Derrubaram o rebelde, todos como um só
Mas já era tarde demais
E mesmo na beira da morte
O salvador soube que alcançara paz
Agora uma multidão de ex-escravos
Vaga pelo mundo,
Apenas com uma missão
Descontruir paradigmas, quebrar preconceitos
E se unirem como irmãos
E nunca estarão satisfeitos
Enquanto não quebrarem até a última corrente
Pois até lá seremos todos escravos
Se não libertarmos nossa própria mente.