Sou um perdido em sombras que me tragam. Hei de me espremer até que os sumos negros se derramem pela terra seca - sem a presença dos corvos a colherem do fel que expurgo arduamente, sem a ajuda de pássaros anilados que, em dissimulações de asas, refrescar-me-iam no intento de  me lançar à fogueira dos próprios infernos – a noite ainda pesa toneladas. Se o sono tivesse o peso deste exato contentamento, privar-me-ia do luar a roçar as frestas do telhado; o ensejo da manhã  ser-me-ia desigual.

“Glórias a Deus por tudo.”
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 25/07/2016
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