Nas rédeas beduínas

A Luz que dá vida não avidraça

Passa bonita e raiada a rija taça

Perpassa meus olhos e minha alma de vidro.

O sol, que metaliza o verde

Que doura as palhas do milho

É o mesmo que avermelha o fruto

Que enrubesce e vitaliza o rosto pálido.

A luz, que aquece as terras molhadas

Clareia as areias secas

Transpira os oceanos, respira fotossíntese

E colore as flores dos campos.

O sol, que liquefaz a neve

Que desmancha a pedra crua

Que tortura os camelos nas rédeas beduínas

É o mesmo que se despede tingindo o céu.

O mesmo sol que vigia, ampara e castiga

Dá a vida.

E como mãe afetuosa

Nos acolhe e aprisiona

Em seu imenso colo

Nas ondas coloridas do infinito.

Marcos

https://youtu.be/64WwH3_Yj-4