A GOTA DE ÓLEO NA COLHER

Os sentimentos são emoções indivisíveis, porém, multiplicáveis. Alheios ao sofrimento ou à empolgação, subitamente eles conquistam e absorvem todo a serenidade de um ser, provocam risos, causam lágrimas. Certamente os sentimentos não são tão sentimentais à ponto de questionarem suas ações ou reações. Não agem pela razão, mas sim, pela emoção.

E uma vez emotivos, pobres daqueles que estão sob a sombra de suas asas, não agirão mais por si. Não pensarão mais por si. Nem, na verdade, pensarão sobre si. Os sentimentos os deixam, ou nos deixam, pois também sou um dentre estes seres, tolamente no mundo da fascinação.

E o fascínio é como uma gota de óleo numa colher, segurado por uma mão de tal pessoa que gostaria de contemplar as belezas do mundo sem, porém, deixar cair a gota de óleo da colher. Os mais cuidadosos, não vislumbrariam a beleza para apenas por os olhos na tal gota para que não se derrame. Estariam fascinados por ela, assim como nos fascinamos pela pessoa amada e tal como cegos, tateamos pelo escuro dos dias escuros como a noite. Mas os dias não estão escuros, o vemos assim porque simplesmente não o vemos. Apenas olhamos aquilo que amamos. Ou mesmo quando os olhos fixam-se na gota na colher. Ou em uma bela mulher. Exemplos diferentes mas significados iguais. Pois uma pessoa fascinada só enxerga aquilo que tanto deseja, e mais nada...

Poeta imaginário
Enviado por Poeta imaginário em 03/12/2016
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