ALZHEIMER
Acorda - me
Banha - me
Limpa - me
Escova - me
Veste - me
Alimenta - me
Café, pão e leite
Sujo - me
Limpa - me de novo
Carrega - me
Sol, ar puro e recreação
Lanchinho e copo de água na mão
Coloca - me
Sala, cozinha e banheiro
Trocs- me
Fralda, roupa e enxoval inteiro
Transporta -me
Aonde for
Só , com ajuda ou andador
Grito pelo seu favor
Que fizeste
Que me deste
Mas que prova esse teste
Não lembro de
Banhar, vestir, comer, xingar ou brincar
Horas passam
E o silêncio
E as conversas que vão e vem
Se transformam delírio, martírio, murmúrio
E agora?
Faço o que não quero
O que quero não faço
Tu me olhas
Com pavor, com horror, com temor
E talvez até com amor
Por favor
Solto um clamor
Me solta
Eu quero dá
Quero minha mãe
Digo bobagem
Xingo você
Que me afagou,
Carregou
Alimentou
De novo
A mesmice
A noite
Sem dormir
O sono se vai
As lembranças vem
Quero me libertar
Crioulo venha cá
Amo você
Mas o que é o amor?
O Alzheimer apagou
Dedico esta poesia as pessoas que sofrem de ALZHEIMER em especial da Instituição NOSSO LAR onde trabalhei e vi de perto o quanto é doloroso você passar por isso.