ALZHEIMER

Acorda - me

Banha - me

Limpa - me

Escova - me

Veste - me

Alimenta - me

Café, pão e leite

Sujo - me

Limpa - me de novo

Carrega - me

Sol, ar puro e recreação

Lanchinho e copo de água na mão

Coloca - me

Sala, cozinha e banheiro

Trocs- me

Fralda, roupa e enxoval inteiro

Transporta -me

Aonde for

Só , com ajuda ou andador

Grito pelo seu favor

Que fizeste

Que me deste

Mas que prova esse teste

Não lembro de

Banhar, vestir, comer, xingar ou brincar

Horas passam

E o silêncio

E as conversas que vão e vem

Se transformam delírio, martírio, murmúrio

E agora?

Faço o que não quero

O que quero não faço

Tu me olhas

Com pavor, com horror, com temor

E talvez até com amor

Por favor

Solto um clamor

Me solta

Eu quero dá

Quero minha mãe

Digo bobagem

Xingo você

Que me afagou,

Carregou

Alimentou

De novo

A mesmice

A noite

Sem dormir

O sono se vai

As lembranças vem

Quero me libertar

Crioulo venha cá

Amo você

Mas o que é o amor?

O Alzheimer apagou

Dedico esta poesia as pessoas que sofrem de ALZHEIMER em especial da Instituição NOSSO LAR onde trabalhei e vi de perto o quanto é doloroso você passar por isso.

Criswatson
Enviado por Criswatson em 12/12/2016
Reeditado em 14/12/2016
Código do texto: T5850635
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