Um papo consigo mesmo

Noite de chuva,

Uma meia luz ilumina o apartamento,

A solidão, o sonho e a razão conversam,

Pra tentar chegar a algum entendimento.

A vida passa diante dos olhos,

As frases alheias do dia retornam a mente,

A tristeza atormenta a vida,

Por se sentir inconsistente.

Não é que o mundo nos cobre,

Muito menos as pessoas que nos rodeiam,

São os sonhos e desejos de sorte,

Que nos instigam e anseiam.

No frio dessa madrugada que inicia,

A mente ainda luta pra se desligar,

Tentativa frustrada como se não podia,

De um passado doloroso apagar.

É sentado no escuro da sala que converso,

Um papo extenso comigo mesmo,

Que tento entender meu universo,

Pra ver se ainda me reconheço.

Mais uma noite perdida,

Como uma doença sem cura,

Tento traçar minha vida,

Embora pareça cada vez mais curta.

A mim só me restou essa noite fria,

Noite fria para escrever,

Tentativa de encontrar uma parceria,

Talvez nas palavras pra viver...

O corpo peleja por dores e maltrato,

A força de vontade o mantém de pé,

Enquanto a mente estiver forte de fato,

Irei até onde quiser...

Mas é que a vontade também se acaba,

Assim como tudo nessa vida,

Mas tenho dentro de meu peito a minha casa,

Minha morada esquecida...

Sendo assim, pode me tomar tudo,

Seja lá quem se sentir sujeito,

Mas não podem me roubar de mim mesmo,

Eu não me permito, eu me respeito...

Eu me respeito,

Seja lá qual for objetivo alcançar,

Está sempre sujeito,

Sujeito a minha moral e meu pensar...