Meus sinos

Os sinos que habitam em mim

Não sacodem meu silêncio

Falo e estou muda

Mudo e não falo

Eu calo

Não é uma questão nobre

Nem pobre

É só silêncio

E o silêncio é só

É pó

Poeira do invisível

Que não deixa rastro

Nem aresta

Não deixa em paz

O que resta e sobra

Na memória o oco é eco

Sufocado no vácuo infinito

Tormento dos ignorantes

Amigo dos lúcidos

Que observam a relva

E deitam-se calmos sorrindo

Que pousam as mãos determinados

A tocar os sinos que habitam em mim

Mas que não sacodem meu silêncio.

Charlene Angelim.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 30/12/2016
Código do texto: T5867171
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