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Meus pensamentos são anulados pelas lembranças

A noite vem e em seguida o sol nasce

E eu aqui acordado,

Às vezes as cordas são a única companhia

Em uma noite fria

Tênue traída

Fico vagando por tantos lugares distantes.

Que já me perdi de volta pra casa

Assim feito antes

Imóvel na minha cama

Meus olhos, mesmo fechados.

Continuam enxergando tão além

E me questiono todas às vezes

“O que me motiva a isso?”

“Qual seria a razão para uma mente tão inquieta?”

Não sei bem

Mas registro nas machas na tela

Os rabiscos de caneta

Os versos guardados na gaveta

A musica que escrevi sobre silhuetas

Canções que canto calado

Meus pensamentos costumam ser duvidosos

Distintos de outros olhos

Exclusos de qualquer julgamento

Pois já me senti cansado do tempo

Que corre contra mim e me joga fora

Assim como fizeram outra hora

E fazem ainda hoje

Os pensamentos se tornaram um ótimo universo

Sem razoes ou motivos

Apenas existindo

Sem gravidade ou qualquer problema

Tornaram-se amigos em uma alma perpetua

Que mantenho viva

Ser usado como peça de xadrez

Um peão jogado a morte na B3

Já foi por pouco meu destino

Que desvio

Sempre na saída da primeira palavra

A resposta que nunca chega

O olhar que queima

O doce som daquela voz tremida

Que não quero mais para mim

Um momento vago que guardo aqui

Em versos

Inúteis

Com pontos “sim”

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 06/01/2017
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5874170
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