O ar da favela

Pega o kilo da dura que fede, corta, embala e separa.

A dura, de dez e de cinco, o jogo não para

Alguem grito:

-CERVEJA!!!- se prepara...

La vem a polícia, vai leva teu troco, fuma teu bagulho e te enche da porrada!

Nas vielas, quem vive? O ar da favela,

Queimando um fininho do amarelinho

Para brisa do olhar, segura essa onda irmão,

Só saca a quadrada se for atirar!

Um cagueta, outro talarico,

Um nóia que deve, o polícia que fuma.

Consome a dura! Dentro da viatura estado.

O menor que cobra, deu três tiros naquele polícia e depois desenho um palhaço.

Não vim da favela, sou branco, sobre nome italiano com sangue de mafioso, eu conheço esse jogo! Joguei e quase ganhei, aos 17, pagando de patrão, de rolê na central,  pegando o lucro com minha mina de fé na camionete importada.

Hoje eu represento num verso, esse universo marginal, andando na vila, trocando uma idéia  com um mano. Obervando a injustiça, 12 milhões de desmpregados e o filho da puta do deputado, roubando um bilhão do estado.

E você playboy? Não cruza meu caminho não, piso na tua cara até quebra teus dente,

Pintando de vermelho o chão.

Dou uns pega na sua mina e faço ela gozar, coisa que você não faz! Mesmo andando de importado.

Aprendi a dirigir fugindo dos enquadros, pode apostar! vem de Bmw, que eu racho tua cara num 1.0 roubado.

Minha mãe me fez sujeito homem, e a vida me obrigou a ser mais homem pra jogar esse jogo.

Me formei, doutorado de rua, sou um jogador,

Paguei caro mas não perdi! Hoje eu me lembro, de tudo isso, hoje minhas palavras de revolta são sete tiros em cada um desses fantasmas do passado.

Leandro C Sbrissia
Enviado por Leandro C Sbrissia em 11/01/2017
Código do texto: T5878453
Classificação de conteúdo: seguro