Um pensamento

Outra vez ao sabor do vento

Desta vez, com lenço e documento

Um número no prontuário, mais um

Dos que se esbarram pela avenida

E os pés teimosos já não obedecem

Me levam agora aonde não quero ir

Quisera recostar-me na relva , apenas

E deixar-me fluir...só isso.

Traçando rotas com a ponta dos dedos

Agora sim, aonde eu sonhe ir

Outra vez, estou na rua

E tantos pés fazendo as trilhas,

Que querem apagar as minhas

E é preciso saber voltar,

Não aprendi ainda a andar às cegas

Sempre penso que não posso errar

Mas erro, e me perco, e ando incerto

Para onde não quero ir.

Não queria ter documentos, só lenço

Caso o nariz escorrer quando chorar.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 11/02/2017
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