ESTRADAS DO TEMPO
Às vezes me lembro do passar da história
Dos tempos em que era apenas um cavaleiro errante
Daquele que viveu grandes epopeias camonianas
Que se descobriu através de um mundo dionisíaco.
Tempos em que Homero apenas relatava os valores de Ítaca
E Afrodite comandava os desejos dos corações humanos.
Neste entrecruzar de tempos, de mundo de trevas e modernidade
Fui descobrindo belezas tão raras quanto o néctar dos deuses mitológicos.
Fui divagando entre pensamentos e apreciando a beleza das galáxias
Sem, contudo, encontrar o brilho de uma estrela cadente.
E fui entreolhando este vasto mundo
De tão grande, em que continentes e pessoas se distanciam
Mas tão pequeno em que o brilho de uma estrela recai através de um olhar.
Neste brilho incontáveis constelações se encontram
Titubeando aqueles que a contemplam
Sem nunca poder tocá-la, ó bela sílfide.
Ahh, se eu pudesse contemplar-te
Ir além do teu olhar singelo, meigo e delicado
E perceber o que passa em teu vasto universo
Em que as constelações zodiacais se curvam.
Ahh, se me fosse permitido viver vagarosamente
A te contemplar nas estradas do tempo
E contigo poder conhecer este universo surreal
Pois tu és tão bela, ó Afrodite do Ocidente.