ESTRADAS DO TEMPO

Às vezes me lembro do passar da história

Dos tempos em que era apenas um cavaleiro errante

Daquele que viveu grandes epopeias camonianas

Que se descobriu através de um mundo dionisíaco.

Tempos em que Homero apenas relatava os valores de Ítaca

E Afrodite comandava os desejos dos corações humanos.

Neste entrecruzar de tempos, de mundo de trevas e modernidade

Fui descobrindo belezas tão raras quanto o néctar dos deuses mitológicos.

Fui divagando entre pensamentos e apreciando a beleza das galáxias

Sem, contudo, encontrar o brilho de uma estrela cadente.

E fui entreolhando este vasto mundo

De tão grande, em que continentes e pessoas se distanciam

Mas tão pequeno em que o brilho de uma estrela recai através de um olhar.

Neste brilho incontáveis constelações se encontram

Titubeando aqueles que a contemplam

Sem nunca poder tocá-la, ó bela sílfide.

Ahh, se eu pudesse contemplar-te

Ir além do teu olhar singelo, meigo e delicado

E perceber o que passa em teu vasto universo

Em que as constelações zodiacais se curvam.

Ahh, se me fosse permitido viver vagarosamente

A te contemplar nas estradas do tempo

E contigo poder conhecer este universo surreal

Pois tu és tão bela, ó Afrodite do Ocidente.

Marco Ledo
Enviado por Marco Ledo em 21/03/2017
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