plano material
Seres oblíquos difundidos na mágoa de fingir ser
o que não são
E tentar ser
o que não são
E almejar ter
matéria de ilusão
Um trocado no bolso perdido que banca
(ou pensa que banca)
Passagem
Indulgência
Pro mundo espiritual
Nada novo pra Martinho Lutero
Nada novo pro burguês
O dilema
'Ser' e 'ter' não convém mais
'Ter' e 'usar', mais capaz
Inconstante busca por satisfação
em vão
A conquista parece éter na mão
da alma insaciável
Pequeno prazer esse o de ter sem utilidade
E usar por convenção
Ou seria, aparição?
Poder ofusca a visão dos Midas de plantão
e cega os que invejam a condição
É voraz é compulsivo é mordaz
A ganância apodrece
a alma
Platão se remexe na cova
Inteligível pra que, se o negócio agora é o plano material?
Plano real, Itamar?
Agora?
Sempre foi.
Aristóteles transcende na boca dos que falam
e dos que podem.