plano material

Seres oblíquos difundidos na mágoa de fingir ser

o que não são

E tentar ser

o que não são

E almejar ter

matéria de ilusão

Um trocado no bolso perdido que banca

(ou pensa que banca)

Passagem

Indulgência

Pro mundo espiritual

Nada novo pra Martinho Lutero

Nada novo pro burguês

O dilema

'Ser' e 'ter' não convém mais

'Ter' e 'usar', mais capaz

Inconstante busca por satisfação

em vão

A conquista parece éter na mão

da alma insaciável

Pequeno prazer esse o de ter sem utilidade

E usar por convenção

Ou seria, aparição?

Poder ofusca a visão dos Midas de plantão

e cega os que invejam a condição

É voraz é compulsivo é mordaz

A ganância apodrece

a alma

Platão se remexe na cova

Inteligível pra que, se o negócio agora é o plano material?

Plano real, Itamar?

Agora?

Sempre foi.

Aristóteles transcende na boca dos que falam

e dos que podem.

Julia Machado
Enviado por Julia Machado em 25/04/2017
Reeditado em 25/04/2017
Código do texto: T5980407
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