A poesia é um sopro de fumaça

A poesia é um sopro de fumaça que some no ar, só o resto de um sentimento substanciado, nada mais é do que o reflexo do sentimento que ficou ali dentro tragado.

Aquele que lê é um poeta passivo, mas o poeta que sopra é quem traga todo esse peso da vida derradeira.

E se ele não sopra, não há suspiro.

Se ele não sopra sobram resquício de sentimentos que precisam ir.

Quem escreve ternura escreve beleza, mas há beleza na penumbra.

Quem só fala de amor nem sempre o vive e eu que vivo falando de dor confesso o amor que aqui reside.

Lembre-se: É só fumaça, mas não é só poesia.

Nem tudo o que o poeta sente ele fala, mas sempre escreve.

Pois só as letras dignificam o sentimento que muitos não bebem.

Como aquela bebida pecaminosa,

Como aquela comida venenosa que é santificada na oração.

Mas às vezes não adianta escrever se não irão ler, ai então

As letras vão em vão deixando um vão dentro de mim.