Não digas nada

Não digas nada!

Senta-te e aguarda

pelas palavras que esmorecem seu brilho

pelas existências que perdem seu trilho,

na amálgama de sombras e pavores.

Não digas nada e desprende-te dos amores

que noctívagos deambulam

germinam e pululam

em corações mendigos,

enredados em perigos

de se perderem na vaidade.

Não digas nada e senta-te na margem,

finge ser miragem

a recordação da ventura prometida

que esquecida

emudeceu eternamente.

Isabel Fagundes

21/06/07