Talvez não faça muito sentido.
Nada mais entendo,
a vida está meio um mar de água doce,
e eu não sei nadar,
e eu sou diabética.
As coisas que eu escrevo já não possuem métrica, rima ou estética.
Escrevo por e para mim,
escrevo só onde eu leio,
escrevo torto,
escrevo forte,
escrevo turvo.
Estou vivendo em meio a meu próprio caos
estou nadando no nada
estou com falta de ar, fogo, água
Tudo parece meio sem sentido
Tudo está sem sentido
Os dias passam tão depressa
e as promessas de ano novo
hoje já se esgotaram
num mar poluído da minha mente
meu sorriso já não tem mais brilho
minha vida já não tem mais vida
e vivo em meio ao drama
e vivo em meio a mim
Me afoguei no meu buraco negro
nadei contra minha própria corrente
e nada mais escuto
e nada mais falo
Céus, suplico ao meu deus interior
e talvez assim eu vá perdendo a fé
suplico ao meu deus interior
e talvez assim eu entendo que as teorias são falhas
teorias falhas
teorias fracas, teorias explicitas
a letra se torna ilegível
o pensamento intangível
e de fato estou passando todo meu sentimento para o papel
já me perdi nas linhas
já me perdi nas palavras
a mão dói, a cabeça, o peito, o corpo
o todo e o resto
E meus átomos estouram como fogos de artifício
e meus lobos se tornam cinzas
e minhas sinapses lentas
Eu estou perdida como deus dentro do caos de alguém.
(se já está confuso aqui, imagina como está no papel que fora escrito)