Talvez não faça muito sentido.

Nada mais entendo,

a vida está meio um mar de água doce,

e eu não sei nadar,

e eu sou diabética.

As coisas que eu escrevo já não possuem métrica, rima ou estética.

Escrevo por e para mim,

escrevo só onde eu leio,

escrevo torto,

escrevo forte,

escrevo turvo.

Estou vivendo em meio a meu próprio caos

estou nadando no nada

estou com falta de ar, fogo, água

Tudo parece meio sem sentido

Tudo está sem sentido

Os dias passam tão depressa

e as promessas de ano novo

hoje já se esgotaram

num mar poluído da minha mente

meu sorriso já não tem mais brilho

minha vida já não tem mais vida

e vivo em meio ao drama

e vivo em meio a mim

Me afoguei no meu buraco negro

nadei contra minha própria corrente

e nada mais escuto

e nada mais falo

Céus, suplico ao meu deus interior

e talvez assim eu vá perdendo a fé

suplico ao meu deus interior

e talvez assim eu entendo que as teorias são falhas

teorias falhas

teorias fracas, teorias explicitas

a letra se torna ilegível

o pensamento intangível

e de fato estou passando todo meu sentimento para o papel

já me perdi nas linhas

já me perdi nas palavras

a mão dói, a cabeça, o peito, o corpo

o todo e o resto

E meus átomos estouram como fogos de artifício

e meus lobos se tornam cinzas

e minhas sinapses lentas

Eu estou perdida como deus dentro do caos de alguém.

(se já está confuso aqui, imagina como está no papel que fora escrito)

Maria Rodrigues
Enviado por Maria Rodrigues em 20/11/2017
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