Do Galho ao Chão

Fujo de mim mesmo

Como se fosse eu a cauda

Peluda de um cachorro confuso

Que torna em círculos

A fuga que vem da memória

Da alegria, que um dia, esta diz,

Ter sido vivida

Mas também da negação

Do sonho que anula a si mesmo

Com perfeita ignorância

Como a esfera que circunscreve

A própria e impossível delimitação

É um emaranhado difícil de explicar

Pois é o mesmo que a folha

Tentar rascunhar a sua suave queda

Do galho seco da vida

Em direção as bocas ávidas

Do solo antes distante

E eu me resolvo aqui, não com uma resposta

Mas com mais uma, e última pergunta:

Não seria a vida,

A distância do galho ao chão?