Banais cercados

Quando o vento criou os nadas

A esperança vadia permaneceu quieta

E por ser um ser retive lágrimas açudadas

Que no embalo das confianças baforadas

Foram também em mim uma bonina inquieta

Vasculhei-me no rígido dos desmandos

Temendo o que a desculpa não brota;

Tal como as vagens vadias que os brandos

Homens valentes no anónimo dos miserandos

Quiseram vingar e crer sem derrota

Valentes e amotinados sublevaram supondo

Que repugnando maleitas vulgares aos poderosos

Convertiam ímpios fingidos no hediondo

Das covas que os encobriram, dispondo

O cru que a vida deu aos temerosos

Foi assim que bichanei termos e exortações

No vulgar alcançado pelos esforçados

Quando mensagens à usura são amputações

À leviandade das doutrinas e das citações

Que fizeram de muitos homens banais cercados

Diligente, ouso-me agora frente às cadeias de palavras

Como manifesto aos pressentimentos que redigiram

As gentes que gotejaram felizes em suas deslavras

O que não ousaram conseguir nas dóceis lavras

O que a vida consagrou e na morte possuíram

Teófilo Velho
Enviado por Teófilo Velho em 30/08/2007
Código do texto: T630833
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.