Magos
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Olha, olha!
Cá está um agora especial.
Um daqueles
em que dá gozo
descobrir alguém
e ter a vertigem boa
de lhe dizer:
Deixa-me tratar-te por tu!
Este agora está encostado
à límpida perceção
que, alguns de nós,
querem menos paciência
e um pouco mais de loucura.
Talvez só
porque vamos caindo
no vício dos desassossegos
e ardentes que somos,
e já reincidentes
de fugas sem lastro
para o pleno dos sentidos.
Como magos da ralé
se não tivermos estrela
teremos para nós
e num céu próprio
o cristal
de algum entendimento.
Como transcendência
bastará um vestígio
ténue e suave
de uma verdade
que ainda se possa amar.
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_____________________LuMe
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