Velhice

Por fim, memória, és pedaço em mim,

Rasgaste o tempo e a carne

Para seres velhice altiva e solene,

Como um marco de luz,

Verdadeiro e sem capuz,

Sem vergonha, e sonhadora,

Em passado e saudade.

Rugas! Gelhas e vincos,

Como marcas do tempo que teimaram em avançar,

Melancólicas e sedutoras com charme e vigor,

Que em tons de cinzento,

Raiados à muito,

Marcam dias que passaram

Pelas épocas que marcaram

A agitação que já levou

O sonho e a magia,

Porque do nada à alegria,

Foi uma passagem sem conta,

De raras riquezas,

De uma vida cheia de tristezas,

Recordações,

Loucuras e emoções.

Rugas, gelhas profundas,

Na alma e corpo,

No espírito como um sopro,

Porque a vida ao passar,

Ensinou a viver,

A reduzir o fim do tempo,

A dar e perceber,

Que só se aprendeu, não a fugir mas a morrer.

Teófilo Velho
Enviado por Teófilo Velho em 05/09/2007
Código do texto: T639740
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