O guardanapo

Escreveste um palavrão no guardanapo

No qual eu, quieto, rascunhava poesias

Desconcentrei-me, foi-se embora a inspiração

Inda não entendo por que me agredias

Guardei o guardanapo no meu bolso

Na tua felicidade vi senão

No guardanapo de papel, as poesias

Inda macula, aquele torpe palavrão

Eu hoje soube que acabou o teu romance

De amor comprado, viciado, nebuloso

E que aquele palavrão no guardanapo

Resumia o teu futuro amoroso