PINGO D’ÁGUA

O copo está quase cheio

Meio cheio

Quase vazio

Só falta a gota

Um pingo, respingo

Que vasa, extravasa

Só plenitude

O copo virá

Vira água, o jorro

Não há só espaço

É vago, é ar

Não fale, respire

O agito transborda

A borda limita

Contorna, restringe

As gotas cativas

Se somam torrente

Um copo não está

Só cheio ou vazio

É cheio abstrato

Vazio concreto