Depois de muito tempo

É você mesmo, meu amigo!

Que entende o meu olhar

Que sente o meu ritmo

Que, notívago, entende os nossos escuros

De nós, guardo bem os deslizes:

Os choros, os esconderijos

Lembro da tua fala

Bem como da força que ela representava

Fez de nós a fortaleza e a tempestade

Fez nós saborearmos o doce e o sal

E tudo isso foi sublime

Nada soou estrangeiro

Tenho certeza desse alicerce

E da história que fizemos

Mas tudo isso dói no presente

As noites tendem a me invadir

Pois você não existe

E saber disso me fracassa

Mesmo assim, fique um pouco mais

Mais uma vez, perceba tudo isso

Eu entendo que precisas partir

E que novos caminhos precisam ser construídos

E que no meio de toda essa construção

Só um percurso me acena

Eu entendo isso, meu amigo!

Por isso, já prontei as malas...

Já peguei as chaves...

Agora sim, adeus!

Na estrada, o som me invade

E nessa hora, vejo outras cores...

Rômulo Sousa
Enviado por Rômulo Sousa em 14/08/2019
Código do texto: T6720388
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