Cegueira

Assoberbada de tarefas que não se extinguem...

Minhas forças rareiam... Caminhos por entre urzes num fio de luz...

Não há estrelas azuis pra clarear essa trilha, não há...

Desatino...

Por quanto tempo ainda terei que viver respirando ar do canudo?

Por quanto tempo mais verei as hipocrisias que grassam soltas?

Por mais quanto tempo silenciarei aos absurdos?

Um mundo real perdeu-se em faz de conta...

Ninguém mais faz conta a não ser do vil real?

No vale onde escasseia a generosidade

Urubus chafurdam em restos inermes

A dignidade dos que jazem cansados

Mesmo sem saberem se a vida já os deixou...

Disputas mesquinhas por coisa de nada

Pseuda glória que não faz dos falsos heróis

Melhores do que um único raio de sol...

Fileira obtusa de virtudes que sequer sabe

Inventariar a própria pequenez...

Rezes que se dão se vão por menos que capim...

Assim caminham vãos mortais

Até que o silêncio do túmulo lhes diga mais...

Do que ousaram saber em suas vida pequenas...

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Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 29/09/2007
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