VOCÊ NÃO É O QUE APARENTA SER

Sei que minha voz é fruto talvez do canto de um pássaro

Mas um dono de um canto não tão belo

Por que não a considero bela minha voz

Ela se ridiculariza a cada palavra articulada

E eu às vezes também sou ridículo

Sou atroz e superficial na maior parte do tempo em que vivo

Mas sou tão bom enquanto durmo

Quanto é você ao soluçar

E sou tão suave em meus atos

Quanto é você ao gargalhar desafinadamente

É bom ser assim

Muitos talvez saibam ser assim e o são assim

Mas não querem ser por que preferem esconder

Passar uma bela imagem talvez

E assim transparecem para as pessoas o quão belos são

E continuam sabendo não serem o que passam