Ainda me lembro.

Como seria não lembrar.

Por tantas coisas passei mas ainda me lembro.

Minha mãezinha há vinte anos minha irmã ainda

esse ano dois mil e vinte elas se foram sem nada lembrar.

Como será não lembrar ao menos o nome do vento

Das Flores da chuva do sol.

Não saber o que é sentir o calor do abraço

O carinho do beijo

O acarinhar das mãos.

Estar alheio ao olhar inquiridor do amigo do vizinho

ao sabor do cafézinho. A alegria da viagem e a liberdade de

ir e vir. Ainda me lembro. Como é bom lembrar.

Se dar conta como é bom estar aqui.

Ver o céu e o brilho das estrelas.

Sentir as ondas do mar.

Saber quando é dia tarde e noite e saber como é bom

dormir e sonhar. Cuidar das plantas. Dos cachorros. Do gatinho.

Saber que eles amam porque não sabem desamar.

Ainda me lembro de andar descalça de estar calçada de estar com sede e com fome de pão doce e de sal e de beber leite docinho. Ah eu ainda me lembro do Grande amor que arde no meu peito pela minha família meus filhos e netos e dos meus irmãos e sobrinhos queridos, ainda me lembro do gosto da minha gaita e do toque das teclas do meu teclado.

Ainda me lembro da vida que segue e me faz escrever poemas versos de Bem Querer.

Ainda me lembro. Que bom ainda me lembro.

Eu me lembro das crianças que não eram minhas mas as amei como mãezinha.

Ainda me lembro do passado e do que é presente e sempre me lembro que o meu futuro está escrito e escondido no Sagrado Coração de Jesus. Amém. Que bom. Ainda me lembro.