Rotina

O sol brilha

Na manhã de domingo

A mão ferida

Não mais que o peito

Não mais que a vontade de viver

A rotina que se repete

Dia após dia

Na minha vida

Na vida de todos

Que aqui vive

Mais um dia

Vai se passando

Mais um domingo

Vai se repetindo

Mais um Esporte Espetacular

A cara velha do Léo Batista

Já me deu no saco

Preciso mudar minha vida

Eu queria estar na praia agora

Mas estou na varanda

Olhando os colibris

Queria ter alguém pra isso agora

Mas também não quero ter ninguém

Minha vida é uma rotina

Uma rotina de mudanças

Apenas os dias mudam

Apenas as horas passam

Apenas minha vida passa

E eu assisto de camarote

Na varanda onde o sol arde

Nos meus cornos doídos

De uma posição só

Uma posição rotineira

Minha vida é uma rotina

Uma droga de rotina

O horário de verão

Em nada ajuda

O tempo passar

A rotina não tem tempo

É eterna, é imortal

Não tem relógio

Não tem cronômetro

Maldita rotina

Não nasce, nem morre

Marcio Elias Martins
Enviado por Marcio Elias Martins em 06/11/2007
Código do texto: T725649
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.