O ódio é o amor doente

O ódio é o amor

Na sua pior versão

Travestido de rancor

Adoece o coração

A mentira pegou a ânsia

Pela tal reciprocidade

Se aliou com a ganância

E fez do amor um covarde

A essência do amor é fluir

Mas o egoísmo o bloqueou

E o que era rio de vida

Uma represa então se tornou

A carência interferiu

Foi minando suas estruturas

A represa enfim explodiu

Em torrentes de amargura

O ódio é o amor

Com o rosto deformado

O desprezo por seu valor

Modifica o seu estado

Manancial de água vivas

Que refresca e acalma

Agora tão duras e frias

Congela e adormece a alma

O amor se entristeceu

Por perder a sua essência

De tal forma adoeceu

Deformou sua aparência

Aflito e desesperado

Com toda força lutou

Mas ninguém ouviu seu brado

Em ódio então se tornou

E como num pesadelo

De pânico e horror

Petrificado e envolto no gelo

Agoniza e padece o amor

Em protesto continua

Não se rende nem se conforma

À natureza que não é a sua

Feiúra que o deforma

À esperança ele clama

Brada pedindo socorro

A humildade ele conclama

Alçanço a elas seu choro

A caridade se oferece

A empatia se deixar achar

A resiliência aparece

Para juntas o amor resgatar

O perdão se comoveu

E ofereceu o seu calor

O gelo então derreteu

Aquecendo de novo amor

À medida que foi se esquentando

O amor voltou a sorrir

Sua forma ele foi recobrando

Sua essência de novo a fluir

Restaurou sua identidade

Sua beleza restaurou

Voltou a ser de verdade

Seu caráter enfim resgatou

O ódio é a enfermidade

Do amor incompreendido

Mas eis a bendita verdade

O amor nunca será vencido

É seiva quente e vivificante

Pulsando nas veias da vida

Torna-a bela e radiante

Mais feliz e colorida

Elaine Monte
Enviado por Elaine Monte em 28/05/2021
Reeditado em 24/04/2022
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