Adequações

(Comentando um poeta amigo)

O papel em branco... o escrevemos ás vezes com opções inadequadas. Porém, sempre com a possibilidade de reescrevê-lo. Certamente, em muitos momentos a inspiração é sim, ferida com os dardos do desencanto e a ilusão revestida de engano... Mas esta, apesar de ferida, machucada e abarracada, se faz presente mais viva do que jamais esteve e a ilusão essa, se reveste de nova roupagem... o desencanto perde e por Amor é re-encantado...Tudo é questão...

E as marcas, essas, não devem ser apagadas, mas permanecer para lembrarmos do que éramos e entendermos o que hoje somos... não no corpo corruptível, que nada vale, mas na Alma que é eterna! Esse ser teatral, que age ás vezes como animal, pode ser a amargura sim, mas é também o Ser desejado, e amado ao ciúme, agraciado com a dádiva do amor à Vida e mais do que isso, amor ao Homem que é humano e divino, selado com o selo régio do Criador...

O perdão é o início do reescrever... o revestir de nova roupagem...a porta para o reencantar-se. Por amor se pede perdão e por amor se perdoa. Por e pelo Amor se reconhece o erro, mata-se o egoísmo e da-se á humildade. Por e pelo Amor renuncia-se e por Amor oferecem-se as lágrimas, e a dor é então suplantada.

(Eliete Madureira)

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