Das perdas

Em cada dia que vivo

Construo significados,

Símbolos espalhados

Na poeira dos crivos.

Aquilo que era ontem

Não segue sendo hoje.

Guardo na lembrança

Uma saudade passada,

Uma perda deixada

No rumo da mudança.

Na vida tudo muda,

Logo, tudo se perde.

Mesmo que da aurora

O dia se faz luminoso,

Fica o gosto saudoso

Da noite de outrora.

Na morte o sentido,

Na vida o significado.

De perda e vitória,

De morte e alegria,

Verdade e alegoria,

Derrotas e glórias.

A cada momento

Perco, porque vivo.

Perdendo e ganhando!

Do luto do momento

Desfaço o tormento

Que vai me acossando.

O que foi se perdeu,

O que virá se perderá.

Só tenho o agora,

Este instante fugidio,

Qual as águas do rio

Que se vão embora.

O amor de hoje

Será saudade amanhã.