Reflexões de um lobo solitário

Sempre sozinho

Eu ando pelas ruas de uma cidade solta

Eu ando pelas ruas de um mundo escroto

Eu ando nas calçadas e atravesso os becos

De uma solidão sem rumo e sem destino

Feito um lobo mudo não ando em matilhas

Um coiote rebelde sem vida

Opiniões revoltas

Indignantes do mundo

Escrevo sem métrica

Dane-se o ritmo

Não quero rima nesse poema

Nem estribilho

Versos brancos e livres

Nem refrão porque não é música

Nada de heróico, alexandrino ou bárbaro

Sem regras nem forma

Pra quê sonetos?

Pra quê quartetos e tercetos?

Pra quê sílabas poéticas

Pra descrever tal país

Tal mundo

Tais pessoas?

Perceba o que quero

Sou um lobo solitário

Quero mudanças no mundo

Limpar este chão imundo

Se rimar é coincidência

Será preciso outra inconfidência?

Marcio Elias Martins
Enviado por Marcio Elias Martins em 01/12/2007
Código do texto: T760808
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