O diálogo do homem e a chuva

Final de semana chegando

vai à exasperação embora,

chega então o frio cortando

o gelo no ar de fora.

Pingo no asfalto solitário,

e pingo de novo; chovo.

Sorte de mim honorário,

beijando a rua do povo.

Olho a chuva decaindo,

quem dera eu ser granizo,

ser mil gotas sumindo,

ser natureza que atino. 

Esse homem que me fita

olha a nudeza da alma,

e vê pela essência amiga

minhas gotas de calma. 

Chuva chora ou sorri?

Queria ser um chuvisco,

não sei se chove ou se ri

a existência que avisto.

Você que me contempla 

não vê a efemeridade,

olha só o que despenca

aos seus olhos da verdade. 

— O frio me fez me perder na chuva… choro.

— A nuvem me pariu para sumir… tédio.   

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 21/04/2023
Código do texto: T7769205
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