Espelho e o narciso

No espelho do mundo, um encontro se fez,

O reflexo e o olhar, uma história de vez.

Narciso, formoso, tão belo e sedutor,

e o espelho, testemunha, com seu brilho e fulgor.

Nas águas serenas, Narciso se perdia,

se encantava consigo, em vaidade sombria.

Olhos fixos no espelho, o próprio amor contemplou,

E naquele reflexo, seu coração aprisionou.

O espelho, refletindo a beleza do ser,

capturou Narciso, com seu encanto a envolver.

E assim se entregou, apaixonado por si,

No abismo do ego, perdido no próprio reluzir.

Porém, o espelho, sábio, silente observador,

Conhecia a verdade além da vã dor.

Revelava a ilusão, o narciso a se perder,

Na busca desenfreada pelo prazer.

O espelho, confidente, não cedia ao engano,

Mostrava a realidade no reflexo soberano.

Enquanto Narciso, louco e preso,

afundava em si mesmo, no orgulho indefeso.

Oh, Narciso iludido, aprisionado na vaidade,

Tua imagem não passa de fugaz fragilidade.

Busca, além de ti, o mundo e o outro olhar,

Para que enfim, libertes-te do próprio se encantar.

Espelho e Narciso, um encontro singular,

Onde a ilusão e a verdade puderam se encontrar.

Que essa história nos ensine a enxergar além,

E a humildade nos guie, no amor que a aparência nos torne refém.

Leandro de Mello
Enviado por Leandro de Mello em 21/05/2023
Código do texto: T7794107
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