No abismo dos remotos céus
a luz de teus olhos ardem
a astúcia urdida em seu coração.
a nos arrancar o fôlego.

 

Sua ferocidade a arrancar a vida
da presa
num saciar paradoxal
de onde vem seus temores?


Quando foi que venceu os terrores?

Os ossos de seu corpo a rabiscar os astros
A regar as lágrimas em forma de tempestade
Seu olho imortal mira a morte.
Mira o fim.

Mira a potestade.


Somos finitos e imaturos.
Somos breves e incompletos.
Somos assimétricos num destino
cuja simetria desafia os cursos
de rios, de mares e de montanhas.

 

Quem ousará transgredir as leis da natureza?
Quem ousará a violar os segredos imemorais?
Quem violará o templo?
Profanará a fé ou crença.
E, rasgando o manto sagrado,
descobri-se desnudo e fracassado.


Quem acendeu o fogo de teus olhos?
Quem iluminou o breu súbito de tudo?
E, diante da claridade.
Curvou-se.

Reverenciou a todos e tudos
como se tudo fosse integrado e autoexplicável.

como se tudo fosse sagrado e sanável.

 

Talvez saber nossa real dimensão

nos faça entender toda a equação ou

será inequação?

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 21/01/2024
Código do texto: T7981664
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