Colocações Urbanas
Um minuto no silêncio
Todo silêncio do minuto
Querendo interromper o barulho
Criando e desafiando a noção de tempo
Eis ai o pensamento!
Da roseira da vida podem surgir espinhos
Com todas as dores cabíveis
E todos os imprevistos possíveis
Todas as vitórias infelizes
Frutos de um egoísmo coletivo
A comunicação acelerada
De tão apressada não se comunica
Com a plenitude dos sentidos
Que ficam no caminho, esquecidos
Perdas da ambição
Um sonho sem interpretação
Como tudo que se pode dormir
É acordado pelo bater do vento
Na janela que aberta ficou
Uma visão do desperdício
Uma palavra que se pronuncia
Sem que o coração a anuncie
Somente os olhos se encontrarão
Neste espaço de infame desilusão
Movimentos da inflexibilidade
Uma produtiva desconstrutividade
Que tudo o quanto pode invade
Seqüela os enunciados da razão
E fazem da convivência na cidade
Uma questão de colocação
Remontando e recriando certas ilusões
Sem sentidos, significados ou emoção
De uma vida em comum sem depredações
Tudo perdido no ideal da evolução
Primitivismo urbano