A Arte de Mentir

A arte de mentir

Não há quem não pratique

Como não há também quem admite

E por omitir já está praticando

E a pergunta que se faz é

Eu? Quem? Quando? Engano?

Há aquele que mente que nem sente

Outros percebem logo depois

Uns já se preparam para falar

Existem também os que seguram

Para falar na melhor hora.

Tem os que são pagos pra isto

Outros juram que não fazem

Pra muitos é obra do ofício

Também dizem que é obra do acaso.

Tem uns que falam sorrindo

E aqueles que falam chorando

Uns até convidando

E outros dando, até logo.

Tem esses que acreditam que é verdade

Verdade esta que já sabem que não é

Muitos falam pra se beneficiar

Muitos outros adoram prejudicar.

Dizem por ai que se faz por amor

E que só assim se sobrevive

Uns já usam pra morrer

Ou pra condenar à morte.

Tem umas que até apalpamos

Já outras praticamente impossíveis

Há muitas que não citamos

Já outras que nem precisam.

Mirabolantes e requintadas

Escrachadas e discretas

Envergonhadas e sem vergonha

Em juramento e de brincadeira.

Facciosas e amorosas

Enriquecedora e destruidora

Apaixonadas e raivosas

Esquecidas e as que lembramos.

Sua arte e seu artífice

Seus seguidores e opositores

Os que atraíssem e os que repelem

Todos falam, fazem, e mentem.

Eu? Quem? Quando? Engano?