Poeta?! Eu?!

Chamam-me de poeta.

Poeta?! Eu?! Sou não!

Sou homem, simples como uma reta

Que escreve por paixão.

E na vida sigo buscando,

Belas palavras catando,

Rimá-las tentando

E, assim, versos vou juntando.

Sou o mero fingidor

Que certa dor merece.

Que as palavras, com ardor,

Junta e as escreve.

E caminho entre as letras,

Que juntas fazem o som.

E por linhas estreitas

Escrevo-as num mesmo tom.

Poeta? Eu?! Sei não!

Sou apenas escrevinhador

Que, em meio à vastidão

Sou um simples observador

Das coisas do coração.