Da invigilância à insurgência.

 

Livrai-me, Senhor, desse ódio que ora me invade,

Dos pensamentos que minh’alma encarde,

Da minha fraqueza, perdoai-me Senhor!

Livrai-me dos pensamentos que me desviam,

Que impróprios, meus livramentos adiam,

Livrai-me desse desamor.

Indultai-me de tão grande erro, meu doce Rabi.

Dista-me desse cálice de dourado maculado,

Que eu mesmo, inebriado, em pecado ergui.

Perdoa-me, Senhor, por tê-Lo decepcionado,

Nessa lida, atordoado, me aventurei e me perdi…

E por afastar-me de Vosso legado,

Por tanto tempo ter de Vós me apartado,

E por tantas excrescências, em que me inseri.

Daí-me, Senhor, jus à Vossa indulgência, 

Estou a implorar-Vos clemência, 

Do súbito e interno inferno, que eu mesmo criei e não me remi.