Eternidades

Olho para os céus, rogando ao próprio Tempo

Se se morre o que nasceu pra ser eterno...

Exime-se a si mesmo um dia o vento?

Ano após ano formam-se dunas no deserto

E vai e voltam as mesmas ondas de mar

O sol com mais intensidade passou a brilhar

Tudo continua em seu lugar

Tal qual anjos celestiais

Que não se cansam de existir

O Criador de todas as coisas

Moldou também o amor

Para se perpetuar?

Posso compreender o luar

Quatro fases, mesmo corpo

Vejo cores que se alterna

Mas a essência não se altera

Triste é o homem: Mortal.

Que na sua mortalidade

Experimenta eternas dores

Ontem, nascido com o sol

Amanhã esvarindo com as flores

Nem um rastro seu aqui ficará

Tal qual pegadas que apagam o mar

Como se a própria natureza o rejeitasse

É o adeus que o mundo dá

Canta a cigarra: Logo não mais há.

Aparta-se a lua da terra: Condenada ela está.

O que passou, passou: Será?

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