PERDA DE ENTES QUERIDOS

PERDA DE ENTES QUERIDOS (Da série_Temas específicos)

Um tema que exige de mim mais que apenas caracterização, exige lapidação e entrega.

Meu propósito é atingir sua consciência, pois seu coração já foi atingido.

Não vou perguntar quantos entes queridos você perdeu.

A pergunta é: Quanto você perdeu?

Será que realmente perdemos as pessoas que amamos, ou será que nos perdemos?

Parte de nós vai com ele, parte de nós fica. Partido um coração não ama o quanto pode, nem vive o quanto deve.

Não importa a quem se ama, é preciso que seja por inteiro. Mas não devemos ignorar a dor, a dor é um bálsamo de misericórdia que nos permite a humildade de pedir e dar perdão, um gesto nobre que exige dedicação e entrega.

Pior do que perder é se perder. Se perder no anonimato da dor, ser apenas mais um no espaço onírico dos sonhos. Leve quem foi para o futuro sem deixar-se ficar no passado encontre-se no amor que fica. Ninguém volta. Não do jeito que gostaríamos. Eternizado, só o amor!

A dor não nos pertence, não pertencemos à dor. Somos inquilinos de sentimentos, alguns bons, outros nem tanto, mas todos nos são caros e nos trazem lições que enriquecem nossa estada aqui. Respeitar a cada um é viver intensamente. Aceitar a partida é diminuir o preço que se paga pela dor.

Relembrar bons momentos é conservar o amor. Guardar dores, mágoas, sentimentos de origens negativas é como conservar alimento fora da geladeira. Deteriora. Deteriora quem fica e quem foi.

Dedique-se um tempo para sofrer, mas que não seja eterno, ainda que profundo.

Somos amantes da vida, passíveis da dor. E amor só se justifica pela vida, seja finita ou infinita.

Viver é adquirir passagem de ida e volta. Morrer é não viver!

Viver é uma viajem. E o mesmo PAI que nos permite viajar exige que retornemos.

Maria Nelci (Poeta e Sonhadora)