Espelho

Talvez eu nunca soube onde encontrar o que eu estive procurando...

Talvez eu nunca soube que estive procurando por coisa alguma...

Mas no fundo de todas as questões e no fim de todas as estradas, apenas um caminho adiantou-se ante os meus olhos.

Foi como se eu não me reconhecesse.

Como se um espelho se partisse em milhões de cacos...

E o medo de não ser mais eu, estivesse me encarando face a face.

Mas... Quem seria "eu"?...

Quem seria?

Quem seria a pessoa que me olhava desesperada entre os cacos?

Quem seria ela que não ousava pedir ajuda?

Quem seria ela que não admitia o fim?

Quem seria ela cujo o rosto era indefinido como um mar furioso?

Seria eu?

"Seria uma sereia?"...

Ela sabia o que queria...

Não queria ser apenas cacos...

Queria de volta o reflexo de tudo que eu nunca fui...

Silvia Coutinho
Enviado por Silvia Coutinho em 03/02/2014
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