Início, meio e fim

No ventre da minha mãe eu flutuei!

Como foi bom estar no ventre da minha mãe!

Nada me preocupava, nada.

Não sentia sede, nem fome, nem medo.

Apenas, de vez em quando,

Ouvia sussurros em forma de segredos,

Que nem sabia dizer...

Nada entendia, nada conhecia, nada.

Pelas ruas de uma pequena cidade do interior eu cresci!

Como foi gostoso viver naquela cidade!

Nada me preocupava, nada.

Sentia sede e fome. Medo?

As vezes, pois de vez em quando,

Ouvia estórias sobre seres

Lobisomens, papa-figos, caiporas,

Que nunca consegui ver...

Pelas ruas de uma grande cidade, agora vivo!

Tudo preocupa, tudo.

Às vezes, sinto sede e fome.

Mas, principalmente, medo.

É que sempre ouço histórias sobre criaturas

que roubam, destroem e matam

e nem se sabe dizer o porquê.

Quando um dia, enfim, tudo isto acabar

sei que não retornarei ao ventre de minha mãe

Que pena!

Porém, novamente, nada me preocupará, nada.

Pois não sentirei mais

nenhuma sede

nenhuma fome

e nenhum medo.

Geraldo Basilio
Enviado por Geraldo Basilio em 04/03/2014
Reeditado em 28/12/2021
Código do texto: T4715375
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