A raiva e a esperança

Nesse estado de coisas

a que chegou o nosso cotidiano,

só com raiva pode-se viver

porque da raiva vem a esperança.

Veja bem, da raiva contida, estagnada.

A raiva como um machucado com cascão

que já sarou, mas ainda inspira cuidados.

A raiva pelos problemas insolúveis,

aqueles que só mesmo Deus.

Mas se a raiva seca

como seca um rio antes de chegar ao mar,

não há mais indignação,

não há mais revolta,

nem tampouco rebeldia.

E o destino vem anunciar

a morte prematura daquele ser vivente.

Porque se sem raiva pode-se viver por um tempo,

sem esperança é que não se pode mesmo.

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 25/03/2014
Reeditado em 25/03/2014
Código do texto: T4743081
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