Ó Mistério

de transparência azulada

um cadaver emergia

braços estendidos em cruz

pés contorcidos um sobre o outro

mãos ensanguentadas

em torno da têmpora

a coroa de espinhos

ferido, agonizante

ergueu uma pálpebra tumeficada

e com voz de reprovação

questionou:

Porque me feriste?

Que ti fiz?

Alberto Daflon, Filho

Daflon
Enviado por Daflon em 03/04/2014
Reeditado em 14/07/2014
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