DO QUASE

Este quase que você não vê, este quase que você tanto nega.

É o seu tudo que buscas ter, e é o mínimo que não enxergas.

O quase que você acha pouco, este pouco que não satisfaz.

É o mesmo que não o deixa louco e ainda assim dele desfaz.

O quase que pode ser imperfeito e não ter o aspecto mais lindo.

Até deixa certo vazio no peito, mas é o que o mantém sorrindo.

E é este quase que o impulsiona, que o empurra, o mantém vivo.

Pode ser coragem ou ser vergonha... Por ser sempre um desafio.

E quem não enfrenta, não aprende, pois quase nunca se lança.

Quase nada mais agüenta. Corre, mas se cansa, quase alcança.

Deste quase nada muito se surge, revelando em um quase tudo.

Muda-se então a atitude, acrescentando ao quase do seu mundo.

Ninguém pode ter tudo de fato. Tudo que almeja e deseja seu ser.

Existindo em nós muito espaço para assimilar, acomodar e crescer.

E quem diz que de tudo já possui, ainda lhe vem muito a faltar.

Falta-lhe o quase, que inclui e não conclui, sempre a despertar.