DISTORÇÕES
Por: Tânia de Oliveira

Existe uma infinidade de céu azul 
Que retém brilho do sol e também da lua
Neste nosso mundo de norte a sul
Formando um toldo nesta vida crua
Desde a cidade rica de concreto
Até o beco do subúrbio sombrio
Está o azul do céu envolto como um teto
Cobrindo aquele que morre sem roupa de frio
E outros se esquentam ostentando peles
De animais caçados sem nenhum brio
Existe uma infinidade de céu azul 
Naquela rua de casa rica e bonita 
Nelas tem gente pobre gente abastarda
Mas todas envolvidas em parte da tua vida
O mesmo céu azul de nuvem estampada
Também está nos saraus de intelectuais
Nas praças públicas, sob carros na estrada
Estão nas rodas de estropiados e de marginais
Sobre o Corneteiro que toca uma música triste 
Que vai chegar no som de um grande avião 
E que agora está a ser tocado em um lar
De um simples roceiro prosador de violão
Existe uma infinidade de céu azul turquesa
Que nos deixa com a alma entristecida
Pela indiferença inculta ausente de nobreza
Que encaminhamos em nossa própria vida
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 24/08/2014
Reeditado em 25/04/2015
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