Uma manhã...como outra qualquer
Já era manhãzinha começada quando eu acordei,
em minha cama,
em meu quarto,
em minha casa, e
Olhando preguiçosamente pelos entremeios das grades
da janela do meu quarto,
eu podia perceber a claridade do Sol.
Um tomar conta do dia que nascia.
Eu conseguia imaginar o Sol como que se agarrando
aos muros do horizonte e
se impulsionando acima deles para desvendar,
a nós, o nosso mundo e as coisas do nosso mundo,
mais um dia, mais uma vez.
Há uma lentidão proposital nesse ato de Deus;
é assim como um descobrir mistério, mas sem mistério;
um desvendar a vida,
um doar-se contínuo de amor.
É assim lento como uma transfusão de sangue,
gota a gota,
pedaço a pedaço de um inteiro de amor.
Nesse instante é possível ver a Vida,
é possível sentir a Vida.
Porque tudo o que estava inerte e em descanso,
junto com ele, o Sol, começa a se movimentar,
começa a despertar.
É como reviver para uma Vida nova, mas que não começou
ali, naquele instante, porque já existia.
É reviver uma Vida.
É reviver estando vivo já.
As folhas das árvores que até então estavam recolhidas,
sem forma e sem cor para mim e para o mundo,
agora já se mostram na sua beleza de formas infindas e
cores e matizes que só meus olhos,
que só os seus olhos podem ver
por serem únicas para cada um de nós.
Tudo e todos parecem cantar a vida quando o Sol nasce,
porque ele traz consigo a Vida.
Bendita seja a tua simplicidade de existir
para fazer existir a Vida!