Dualidade

Em cada ser há ódios e amores,

Onde os primeiros são animais

E os segundos são flores.

Onde o animal silencioso me atinge

Agitando-me a vida e criando ondas.

Abrindo feridas e escaras redondas.

Vem o doce carinho.

Como uma era que avança

Criando desalinho

Dando mil abraços,

É uma flor que dança,

Sem ruído vibram nos espaços.

Sobre a alma uma pétala poisa

Leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa

Tem um animal em si propenso.

Silvestre Andrade

7 de Setembro de 2014